Presente na vida dos venâncio-airenses desde a década de 1930, o Hospital São Sebastião Mártir é referência para a saúde local. Mas você conhece a história desta instituição tão importante para nós? Leia o artigo abaixo para conhecer mais.
O Hospital São Sebastião Mártir foi criado em 22 de julho de 1935, fruto de um movimento inciado alguns anos antes para erguer uma central de saúde que atendesse a população. Já em 1936, iniciaram as obras no atual terreno (na rua Tiradentes), além de chegarem as primeiras Irmãs da Ordem da Divina Providência. Antes de funcionar no prédio atual, o hospital iniciou de forma provisória, na propriedade dos herdeiros de Arthur Koelzer, com o respaldo da Administração do município e das Irmãs da Divina Providência. Este prédio estava localizado próximo ao atual Cachorrão do Magrão (ponto mais conhecido como Xis do Ilgo), no prédio do antigo Escritório Rüdiger. As irmãs da Ordem da Divina Provindência foram um peça fundamental na história da instituição, atuando em vários setores, desde a enfermaria até a cozinha. As primeiras Irmãs chegaram em 22 de outubro de 1836, foram elas: a madre superiora Eusícia Möller, a enfermeira Stella Vieira e a cozinhera Elisa Kauling. Os trabalhos no atual terreno iniciaram apenas em 1938.
Presidente de Honra: Albino Juchem
Presidente: Arthur Selbach
Vice-presidente: Oscar Maximiliano Bender
Secretário: Pedro Marques da Rocha
Tesoureiro: Wilibaldo Edmundo Becker
Conselho Fiscal: Willy Schmidt, Ornélio de Campos, Odilo Bender e Benno Feix
Por muitos anos, os profissionais que trabalharam na instituição, atuaram como clínicos gerais. Apenas nos meados da década de 1970, foram chegando os primeiros profissionais especializados.
1º Pediatra: Flávio Seibt
1º Anestesista: Milton Dewes
1º Ginecologista e obstetra: Cláudio Pimentel
1º Cardiologista: Jorge Nazário
Segue abaixo, uma linha do tempo com alguns acontecimentos importantes na história do Hospital Sebastião Mártir:
1977 - Criada a Associação dos Funcionários.
1981 - As Irmãs da Divina Providência encerram suas atividades junto ao hospital.
1988 - Fundada a Escola Infantil Casa da Amizade, creche existente até hoje, que atende as necessidades dos funcionários do hospital.
1990 - Ínicio das atividades do serviço de hemodiálise.
1995 - Inaugurada as novas instalações do Centro Obstétrico, Bloco Cirúrgico, Laboratório de Análises Clínicas, Banco de Sangue e Fisioterapia.
1997 - Inaugurado o Pronto Atendimento e o serviço de tomografia. Neste ano, foi criada também, a Comissão Científica e ocorreu a 1ª Jornada da Enfermeagem.
1999 - Inaugurada a Unidade Azul, após reformas.
2000 - Inaugurada as novas instalações do setor de pediatria.
2001 - Inicia as atividades do serviço de mamografia.
2006 - Ínicio do serviço de Atendimento Domiciliar.
2011 - Inauguração do Centro Obstétrico. No mesmo ano, ocorreu, por meio do Decreto Municipal 4.912/2011, a intervenção e nomeação de uma Comissão Intervencionista para gerir a instituição. Esta comissão atuou até maio de 2013, quando foi eleita uma nova diretoria.
2013 - O serviço de radiologia, antes terceirizado, é reassumido pelo hospital, com novos equipamentos. Ainda neste ano, foi inaugurada a Unidade de Tratamento Intesivo (UTI).
2014 - O hospital passa a gerneciar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), através de um convênio com o município.
2018 - Os serviços de imagem, anteriormente realizados por uma empresa terceirizada, são assumidos pelo hospital e são chamados como Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI).
2020 - O hospital é inserido em uma rede estadual de atendimentos, por conta do Covid-19, sendo nas situações de maior pico de atendimentos à doença, mantidos até três unidades de terapia intensivas destinadas a pandemia, que somaram 18 leitos de UTI Adulto Covid. Além dos leitos intensivos, o HSSM figurou com mais de 50% de sua capacidade de atendimento de pacientes internados afetados pela doença.
2021 - Em dezembro, é conquistado o certificado de Hospital Acreditado em nível 1 pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Este processo durou três anos, com o programa Qualificar da Unimed, o qual custeou as ações de capacitação e consultoria especializada em acreditação para o hospital, ficando este responsável por adaptar suas rotinas e práticas ao manual da certificação ONA.
2023 - Inaugurado o novo Centro de Diangóstico por Imagem, após reformas com modernização e ampliação do espaço. A partir disso, passou a contar com um equipamento de ressonância magnética junto ao CDI, sendo este, o primeiro instalado no município.
Atualmente, o Hospital São Sebastião Mártir conta com mais de 12.305 m² de área construída, dispondo de 121 leitos e variados equipamentos, além das diversas especialidades médicas, atendendo a pacientes particulares, convênios e pelo Sistema Único de Saúde (SUS), não apenas de Venâncio, mas também para outras cidades da região e do estado.
Dentre os tantos serviços prestados pelo HSSM, destacam-se:
Pronto Atendimento 24 horas: atendimento de urgência e emergência para adultos e crianças;
Centro Cirúrgico: equipado com tecnologia de ponta, dispondo de salas de cirurgia, central de esterilização e recuperação pós-anestésica;
Unidade de Terapia Intensiva Adulto (UTI Adulto): 10 leitos equipados com aparelhos de alta tecnologia e equipe especializada;
Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI Pedi): 10 leitos equipados com aparelhos de alta tecnologia e equipe especializada. Atende crianças entre 29 dias e 14 anos;
Serviço de Diagnóstico por Imagem (CDI): oferece exames como ressonância magnética, raio-x, ecografia/ultrassom, tomografia computadorizada, densitometria óssea e mamografia;
Centro Obstétrico: equipe qualificada e estrutura moderna, oferece atendimento obstétrico e ginecológico, incluindo parto humanizado;
Clínica de Nefrologia e Hemodiálise: unidade especializada no tratamento de pacientes renais agudos e crônicos, com equipamentos modernos e equipe altamente qualificada;
Banco de Sangue;
Laboratório de Análises Clínicas.
Antes de existirem os hospitais como conhecemos hoje, as enfermidades eram tratadas nas próprias casas, com a ajuda de familiares, amigos ou vizinhos que dominavam a arte da "medicina caseira", geralmente pessoas mais idosas. Esses saberes, transmitidos de geração em geração, permanecem vivos até os dias atuais, integrando o folclore e a cultura do nosso povo. Para queimaduras, usava-se babosa; para dores musculares, aplicavam-se compressas de arnica; para baixar a febre, recorria-se a fatias de batata crua na testa. Estes são exemplos clássicos da medicina caseira em ação. Além disso, unindo saúde e fé, destacavam-se as benzedeiras e curandeiras — verdadeiras referências de proteção e cura, que ainda hoje mantêm sua presença em muitas comunidades. Embora essas práticas sejam consideradas métodos populares, diversos estudos comprovam sua eficácia. Tanto é que muitos profissionais da saúde, incluindo médicos e veterinários, ainda utilizam — ou, em tempos passados, utilizaram — recursos da medicina caseira, seja por meio de ingredientes como mel e chás, seja através de práticas como acupuntura e aromaterapia.
Com o tempo, aqueles que detinham maior conhecimento sobre cuidados médicos passaram a atender a população não só em domicílio, mas também em locais fixos, criando os primeiros consultórios. Esses espaços acabaram se transformando em verdadeiros "mini-hospitais". Um exemplo marcante, são os mini-hospitais que funcionaram ao lado, e até mesmo dentro, do antigo prédio da Casa Culi Stertz, famosa casa de tecidos da cidade. Esses hospitais improvisados surgiram para suprir a demanda da população, que até então não contava com uma instituição hospitalar formal. Ali, havia salas com leitos e até uma sala cirúrgica, onde antedia-se enfermos e gestantes.
Em um destes mini-hospitais, atendeu o famoso Dr. Reinaldo Schmaedecke, um médico de renome para a Venâncio da época. Reinaldo Schmaedcke - hoje nome de rua - fora, segundo alguns relatos, o único médico atuante no município até 1930, conquistando sua fama na cidade. Conta-se que o seu enterro comoveu a população, sendo um dos maiores velórios da época. O notório doutor fora um dos tantos que sonhou com o hospital, sendo uma das mentes pensantes do projeto para erguer o Hospital São Sebastião Mártir. No entanto, uma infecção por apendicite o levou embora ainda jovem, no ano de 1936, deixando-o sem conhecer o hospital que tanto almejou.
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