Escola Municipal Ensino Fundamental Coronel Thomaz Pereira é localizada em Linha Taquari Mirim, 20 quilômetros do Centro da cidade.
A primeira escola na comunidade iniciou seu funcionamento pelos anos de 1930, com a professora Laurinda Faleiro (Dona Jota) que lecionava em uma sala da casa de Gustavo Schröder. Poucos anos depois, por volta de 1933 ou 1934, a professora Maurícia Schröder da Silva continuou este trabalho até mais ou menos 1945.
O senhor Eufrásio Narciso da Rosa estava intencionado em deixar algo para a comunidade. Então, surge a ideia de doar terras para a construção de uma escola, de uma igreja e de um cemitério. O senhor Eufrásio incumbiu um sobrinho o senhor Antônio Schroeder, que na época tinha 17 anos, de realizar uma festa para arrecadar dinheiro para a construção das instalações.
A festa realizou-se sob um capão e com muita música. O lucro foi muito satisfatório, chegando na época a 600 mil réis.
Em 1951 foi construída a primeira escola, transferida do Campo Grande com o nome de Escola Marquês do Herval.
As aulas iniciaram em 1º de março de 1951.
A pedido de Eufrásio, o nome da escola foi alterado para Thomaz Pereira. A primeira professora foi Dalila Pereira, que trabalhava na casa de Eufrásio. Os alunos vinham de longe, inclusive da Vila Mariante. Alguns se hospedavam em casa de parentes ou conhecidos durante o ano letivo. Dentre as histórias relatadas, se destaca a dificuldade dos alunos irem à escola, porque os únicos meios de transporte eram o cavalo ou os próprios pés. Não tinham merenda e muitos até desmaiavam de fome durante as aulas.
Passado algum tempo, a escola foi desmanchada e em seu lugar trouxeram o prédio (antiga escola) do Mariante inaugurada em 1971. Como o prédio já não comportava mais tantos alunos devido ao seu espaço, em 1980 foi criado um anexo nos Cerro dos Narcisos com todas as turmas de 1ª a 4ª séries e na outra escola também as mesmas turmas. A direção da escola era a mesma.
Percebendo que a escola deveria ficar em um local privilegiado para todos o senhor Telmo Borba doou o terreno para a construção do prédio. As obras iniciaram em 1981 (dois anos depois foi feita a inauguração). Foi em junho de 1983 que os alunos começaram a frequentar as aulas no local que a escola está hoje.
O prédio tinha três salas de aula, uma secretária e banheiros. Em 1999, a escola iniciou a 1ª turma de pré-escola, uma conquista da direção e de toda a comunidade. No ano seguinte o prédio recebeu uma ampliação, ganhando um refeitório, uma cozinha, uma sala de aula e banheiros. A primeira classe de séries finais iniciou em 2002. No mesmo ano os alunos passaram a contar com transporte.
A comunidade e a escola continuaram a luta e em 2003 a escola tornou-se polo de educação na região, recebendo alunos de outras escolas que foram desativadas, no processo de nucleação do ensino efetivada no município.
Esse foi o ano que pela 1ª vez a escola contou com uma vice-diretora.
No passar dos anos a direção e comunidade continuaram em busca de melhorias para a educação.
Em 2007 se teve a conquista do ginásio que foi entregue para a escola em 2009.
Em 2014 se conseguiu uma reforma ampliando a escola, duas novas salas de aula, secretaria, espaço para depósito de alimentos e reformas no refeitório, assim como a construção de nova cozinha.
Em 2021 foi feita a reforma do piso e do telhado do ginásio, que durante muitos anos era reivindicada.
Atualmente, a escola conta com ampla estrutura física composta por seis salas de aula, biblioteca, secretaria, sala para os professores, sala de recursos, sala de orientação e supervisão, cozinha, refeitório e banheiros. Nos dois turnos do dia, 18 professores, três estagiárias, dois agentes escolares, direção, vice-diretora, orientadora e supervisora atendem cerca de 180 alunos, da pré-escola até a 9º ano. A direção está a cargo da professora Maria Rosana da Cruz.
Mas quem foi Coronel Thomaz Pereira?
Thomaz José Pereira Junior, nasceu em Santo Amaro, em 8 de junho de 1863 sendo filho de tenente coronel Thomaz José Pereira e de Maria da Silva. Se dedicou a serviços rurais durante a juventude. Em 1887 foi nomeado coletor estadual no município de Santo Amaro, exerceu esta função até 1889. Casou-se em 20 de novembro de 1887, com Maurícia Mariante de Campos com quem teve nove filhos.
Com a chegada da República, foi nomeado comandante da Guarda Cívica. Na condição de delegado de polícia, foi enviado a Bento Gonçalves, Camaquã, Santa Vitoria e Santo Amaro, a fim de que a ordem pública que havia sido alterada fosse restabelecida. Em 1892, foi nomeado tabelião em Venâncio Aires. Quando em 1893 a estabilidade do regime sofreu ameaças, colaborou na organização da defesa civil do município. Em 1896 assumiu a chefia do Partido Republicano Rio Grandense (PRR) local. Foi eleito três vezes Intendente Municipal.
Na eleição de 13 de outubro de 1904 foi confirmado intendente. Foi reeleito em 13 de setembro de 1908. Foi eleito novamente em 1924 ficando no cargo até 1928.
Permaneceu aqui desde 1892 até o ano de 1938, quando se transferiu para a capital do estado. Não se conseguiu informações sobre seu falecimento.
Aqui exerceu os cargos de Intendente, Delegado de Polícia, Notário e Oficial de Registro de Imóveis.
Dotado de um caráter generoso e humano, servia a todas as classes, não visando receber qualquer recompensa, especialmente aos humildes que tratava com especial carinho.
Foi conselheiro deste povo, que humanizava. Levou uma vida modesta, religiosa, e nunca quis viver às custas dos cofres Públicos, não se aposentando, dando assim mais um exemplo de bondade. Pelo que fez por Venâncio Aires, tem recebido gratidão do povo.
Se tem registro de que Thomaz Pereira foi muito insistente com o governador para a necessidade do cuidado da educação no município. Desta forma, apresentou a criação de aulas públicas nas linhas do meio rural do município como uma necessidade para ensinar a língua vernácula aos imigrantes e seus descendentes, buscando a alfabetização e, consequente, formação de novos grupos de eleitores.
A importância e o cuidado dos coronéis e do Presidente do Estado com a educação ocorriam devido a sua repercussão direta na formação e no número de eleitores e, consequentemente, no resultado dos pleitos e na política de estabilidade, legitimidade e continuísmo.
No contexto histórico tinham seus interesses, mas é inegável que a população também teve sua contribuição tendo acesso à educação.
Bandeira da escola
******************************************************************************************************************************************************
Produzido por alunos da turma de 4º ano do Ensino Fundamental da Emef Coronel Thomaz Pereira, este conteúdo é uma das produções do desafio Minha Escola na História, promovido pela Folha do Mate e o portal Venâncio na História. O desafio, que mobilizou 23 turmas de escolas públicas e privadas de Venâncio Aires, tinha como objetivo mobilizar as instituições de ensino a escreverem reportagens que relatassem a história do educandário e possa servir de pesquisa para alunos e a comunidade em geral. O trabalho foi coordenado pela professora Clarissa Elis da Silva.
******************************************************************************************************************************************************
Incumbiu é o mesmo que confiou.
Capão é uma formação vegetal.
Réis é o dinheiro da época. 1 mil réis equivale a R$ 123.
Reivindicada é o mesmo que se responsabilizar.
Intendente é quem administra.
QUIZ | Escola José Duarte de Macedo