O óleo saturado encontrado em diversos alimentos como: carnes, laticínios e óleos vegetais, têm sido associados a problemas de saúde. No entanto, seu impacto ambiental muitas vezes é negligenciado. O descarte inadequado de óleos saturados pode resultar em contaminação ambiental, afetando a qualidade da água e do solo. No período de estudo iremos abordar essa questão e investigar maneiras de reutilizar esses óleos na produção de sabão, reduzindo o impacto ambiental.
A produção em grande escala de óleo saturado, como o óleo de cozinha, resulta em uma quantidade significativa de resíduos. Quando esse óleo é descartado de maneira inadequada, pode causar danos ao ecossistema aquático e ao solo. Transformar esse óleo em sabão não apenas reduziria o impacto ambiental, mas também ofereceria uma alternativa sustentável aos produtos de limpeza convencionais.
O descarte inadequado de óleos saturados é uma preocupação ambiental significativa, resultando em poluição da água, entupimento de sistemas de esgoto e degradação do solo. Além disso, a produção de sabão tradicional muitas vezes envolve ingredientes que podem ser prejudiciais ao meio ambiente. Portanto, é crucial explorar métodos alternativos e sustentáveis para lidar com o problema do descarte de óleos saturados.
Dividimos nossas atividades de pesquisa, experiência e entrevista por partes. A produção de tintas utilizando o óleo saturado, experiência analisando os impactos ambientais na água e no solo, palestra e produção de sabão, pesquisa sobre os malefícios e os insetos que o mesmo atrai quando descartado de maneira incorreta e produção do folder.
Parte 1. Nessa etapa foi realizada uma palestra com a Orientadora Educacional da escola Deise Weschenfelder e com os alunos do Grêmio Estudantil e Grupo Ambiental Mãe Terra responsáveis pela produção do sabão. O grupo apresentou para os alunos a garrafa pet com o símbolo da coleta do óleo saturado, cada aluno recebeu uma garrafa para levar para casa e conforme vai enchendo com óleo saturado, traz para escola que é um ponto de coleta e retira outra garrafa. Nos explicaram ainda passo a passo o processo da fabricação do sabão, desde a mistura até sua embalagem. Como na receita contém produtos químicos mais fortes, não participamos desse processo, somente observamos a consistência já dentro das formas e embalamos o mesmo quando este já estava cortado em pedaços.
Receita: 1kg de soda cálstica, 1,5 litros de água, 6 litros de óleo saturado, 1 pacote de bicabornato de sódio, 1,5 litros de água gelada. Misturar tudo por no mínimo 2 horas.
Parte 2. Nessa etapa realizamos experiências, para ampliar a compreensão das consequências que este resíduo causa ao meio ambiente. Nas experiências realizadas foi simulado um ambiente aquático e um ambiente terrestre.
O ambiente aquático foi representado por um aquário com plantinhas e animais plastificados e foi derramado óleo residual de cozinha sobre a água, o que levou os alunos a refletir sobre as consequências deste resíduo no meio aquático provocando poluição da água e danos a toda fauna e flora aquática, pois dificulta passagem da luz solar e troca de gases essenciais a sobrevivência dos seres vivos.
Para representar a ação do óleo residual de cozinha sobre o meio terrestre, uma planta teve suas raízes envolvidas por um plástico representando que o óleo gruda sobre as raízes e forma uma barreira na terra dificultando a passagem de água. O óleo residual de cozinha quando descartado no solo provoca impermeabilização fazendo com que a vida vegetal existente no local seja prejudicada.
Parte 3. Produção de tinta utilizando óleo saturado de cozinha. Nessa etapa, foi realizada uma experiência utilizando óleo saturado, cola e elementos naturais como: erva, café, páprica, açafrão, açúcar colorido e suco natural, para obter mais que uma tonalidade de cor. Após observarem a receita, a tinta foi testada em madeira, papel pardo e folha de ofício branca, sendo que a coloração ficou mais visível na folha de ofício. Depois que a tinta secou, perceberam que apesar da pintura perder um pouco da coloração, é possível fabricar tinta a partir de cola e óleo saturado com diferentes tonalidades.
Parte 4. Produção de panfletos. Os alunos produziram um folheto com informações sobre os perigos do óleo de cozinha descartados de maneira incorreta e pontos de coleta. Esse trabalho além de possibilitar a pesquisa, leitura e a utilização de diferentes meios tecnológicos, também promoveu a discussão sobre o descarte correto do óleo saturado.
Parte 5. Na pesquisa sobre os malefícios, foi constatado que o óleo vegetal usado, quando descartado de maneira incorreta, traz inúmeros malefícios que vão desde tubulação entupida em condomínios até a contaminação, de forma grave, do solo e dos rios. Essas substâncias não podem ser jogadas em pias, bueiros ou ralos por estes motivos, que seriam mais que suficientes para justificar a reciclagem do óleo usado, mas existe outro problema que esse material pode trazer: as pragas.
Parte 6. Nessa etapa, entrevistas foram realizadas com a vó de um aluno, Theonizia Henn, que foi entrevistada pelo seu neto Pedro Luis Martis, e Ana Carolina Jandrey da Rosa integrante do Grêmio estudantil que foi entrevistada pela aluna Amanda Beatris Frey e pelo aluno Pedro Luis Martins.
Na entrevista com dona Theonizia foi perguntado: Qual a importância da coleta do óleo saturado para o meio ambiente? E. Você já reutilizou o óleo saturado, se sim, como? O que produziu?
Dona Theonizia respondeu: É importante realizar a coleta para manter o equilíbrio ecológico, pois: Reduz a contaminação do solo. Fascilita a oxigenação do solo,da água, do ar e dos seres vivos. Torna a água própria para o consumo. Mantém a reprodução das espécies. Prolonga a vida. Maior produtividade e sustentabilidade Deixa o solo mais fértil. Reutilizado, auxilia na economia,através do sabão e do biodiesel. Ainda comentou que já doou óleo saturado para escolas, para outras amigas fazerem sabão, e que elas mesma recolhe e utiliza para fazer sabão, não compro há uns 15 anos
Na entrevista realizada com Ana foi perguntado como surgiu o projeto? Quantos integrantes o projeto tem? Quias os benefícios? Para que serve o sabão produzido? Ana relatou que o projeto surgiu a partir da grande quantidade de doação de óleo saturado, sobre os benefícios, relatou que a coleta de óleo ajuda o meio ambiente, foi uma maneira encontrada de reutilizar o óleo saturado para algo útil como a produção de sabão sem prejudicar o meio ambiente. Ainda relatou que o sabão é muito bom para limpeza de roupas bem sujas, principalmente com graxa, para ariar panelas, deixá-las brilhosas, tirar gorduras entre outros benefícios. O grupo tem em torno de 15 integrantes. O sabão produzidos é levado junto para as mostras de trabalhos, e já foi enviado para as famílias, em breve será comercializado pelo Grêmio para ancarrear fundos. A produção de sabão foi descoberta através de pesquisa, atualmente o sabão é produzido o sabão sem alcool, pois tem crianças deste o 6° ano participando e certos cuidados precisam ser tomados.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Insetos e roedores são atraídos pelo odor do óleo usado. É um material orgânico que possui partículas de alimentos, oriundo de diversas frituras. Essa gordura, armazenada durante muito tempo, ou depositada em canos e tubulações, servem como um ímã para as mais diversas pragas.
Esses visitantes indesejados trazem malefícios para a saúde dos moradores de onde o óleo se acumulou. A seguir veja quais são esses problemas:
Baratas - esse inseto não causa doenças, mas carregam e transmitem milhares de bactérias e agentes infecciosos. A barata é atraída pelo cheiro do óleo usado e faz o seu “passeio” pelos alimentos na cozinha, contaminando tudo o que toca. Lembrando que este inseto se alimenta de tudo, incluindo pedaços de plantas mortas, material fecal, papel, couro e até fios de cabelo caídos. As bactérias e germes que a barata carrega pode transmitir infecção do trato urinário, febre tifoide, tuberculose, conjuntivite, pneumonia, hepatite A e problemas digestivos. Apesar de raro, baratas também podem morder unhas, dedos dos pés e outras partes da pele, causando feridas, e a sua secreção contêm substâncias que induzem reações alérgicas que podem desencadear erupções cutâneas, espirros e formigamentos.
Ratos - Portadores de mais de 35 doenças transmissíveis aos homens e aos animais, os ratos chegam em ambientes com pouca higiene, ou com óleo usado acumulado de maneira inapropriada. Ratos trazem leptospirose, peste bubônica, tifo, salmonelose e hantavirose. Em restaurantes que acumulam óleo usado de forma errada, ou seja, sem vedação, os ratos que chegam até o local começam, a roer fiações elétricas e podem, em casos mais graves, causar incêndios. Esses roedores conseguem destruir chumbo, alumínio, cimento, tijolo e plástico.
A fauna e flora que entram em contato com o óleo são prejudicados instantaneamente e a longo prazo. As algas, os peixes, mamíferos e aves têm a sua sobrevivência ameaçada. A presença da substância afeta a fotossíntese das algas e reduz a quantidade de gases necessários para a vida delas. Já os mamíferos, peixes e aves marinhas são intoxicados pela ingestão de hidrocarbonetos que estão presentes no petróleo, além de afetar o isolamento térmico destes animais e comprometer a capacidade de voar dos pássaros.
Ainda observamos que as atividades realizadas apresentaram resultado positivo, uma vez que os alunos, relataram “não vamos mais jogar óleo na pia e no solo para não contaminar o meio ambiente”, as informações foram passadas para os familiares que adquiriram a campanha de maneira positiva, trazendo para escola garrafas pet com óleo saturado e levando outras garrafas para continuar o processo.
Vale ainda salientar que a EMEF Alfredo Scherer participa do projeto de óleo saturado em parceria com a Afubra, bem como o projeto Tampinha Legal, recolhimento de pilhas usadas e blister (cartelas de remédio).
Durante a realização das atividades, os alunos relatavam diferentes maneiras de utilização e descarte do óleo. No entanto, pode-se observar que em suas respectivas casas, não realizavam a destinação adequada do óleo. Porém, com os esclarecimentos das consequências graves que o óleo causa quando em contato com o meio ambiente, espera-se que os alunos, seus familiares e a população que vem tomando conhecimento dos fatos, iniciem a destinação adequada do óleo no ponto de coleta aqui da escola, conforme foi destacado para aqueles envolvidos no projeto. Não jogar óleo em ralos, na rede de esgoto ou no solo é uma questão de cidadania e conscientização ambiental.
************************************************************************************************************************************************************************
Produzido por alunos de 4º ano da Escola EMEF Alfredo Scherer para o desafio Responsabilidade Ambiental por Toda Parte, promovido pela Folha do Mate e o portal Venâncio na História, com apoio das empresas Alliance One Brasil e America Tampas. O desafio, que contou com a participação de 20 turmas de escolas públicas e privadas de Venâncio Aires, teve o objetivo de mobilizar os alunos a identificarem e registrarem boas práticas ambientais na sua comunidade escolar.