Avenida Imperatriz Dona Leopoldina

Popularmente conhecida por Acesso Leopoldina, ela é uma das ruas mais conhecidas do nosso município. Mas você conhece sobre a história deste "cartão-postal" venâncio-airense?

 


 

Quem foi a Imperatriz Dona Leopoldina?

Nascida em meio às riquezas da nobreza austríaca, em 22 de janeiro de 1797, Carolina Josefa Leopoldina Fernanda Francisca de Habsburgo-Lorena, ou apenas Leopoldina, tinha a pele branca como algodão, olhos azuis como o céu e cabelos de cachos loiros como o sol. Tivera uma educação de ótima qualidade. Aprendeu a ler e escrever, estudou literatura, história, música, dança, pintou aquarelas, era uma excelente pianista e ainda falava quatro idiomas: francês, alemão, italiano e inglês. Como arquiduquesa e integrante da aristocracia vienense, também teve que aprender regras de convivência, que sua própria aia, ensinara, como bons modos e etiqueta, mas seu gostos apontavam para a botânica e mineralogia.

Casou-se com Dom Pedro I, futuro imperador do Brasil. Casamento este, fruto do interesse de Portugal e Áustria, em uma cerimônia realizada em Viena, através de uma procuração, isto pois o noivo não se fez presente, pela distância do deslocamento. Leopoldina aprendeu português e chegou ao Brasil quase 7 meses após o casamento. Mas este relacionamento não viria a ser como o prometido a Leopoldina. Um convívio conturbado, repleto de infidelidades por parte de Dom Pedro, que causavam diversos escândalos e vexames à Imperatriz. 

Dona Leopoldina, além de todo seu prestígio com os brasileiros, foi uma das peças-chave na concretização da independência do Brasil. Ensinada desde a infância, ela foi preparada para se tornar uma líder de governo, influenciando o Imperador em diversas decisões, como no dia "Dia do Fico". Em um momento de incertezas e conturbações com o futuro do trono português e do Reino do Brasil, Dom Pedro, que se encontrava em viagem, receberia uma carta às margens do riacho Ipiranga, no dia 7 de setembro de 1822. Esta carta continha, entre outras informações, uma declaração de independência redigida por Leopoldina e José Bonifácio. Momentos após, estaria proclamada a independência do Brasil pelo próprio Dom Pedro.

Em seus anos finais de vidas, Leopoldina se encontrava triste e abatida, vítima de uma forte depressão. Inúmeras foram as calorosas discussões do casal imperial, que só pioraram seu quadro. Há quem diga que até, que a Imperatriz foi vítima de agressões físicas por parte do marido, enquanto estava grávida. Em 1826, em meio à gravidez, acabou sofrendo um aborto espontâneo, vindo a falecer em 11 de dezembro do mesmo ano.

 

Acesso Dona Leopoldina

A principal porta de entrada para o município, conecta a RSC-287 à Rua Osvaldo Aranha, ligando o trevo da rodovia ao centro. Foi construída na década de 1970, denominada Avenida Imperatriz Dona Leopoldina pela Lei Municipal nº 798, de 14 de agosto de 1974, mas não se sabia exatamente onde a Avenida Leopoldina dava lugar à Osvaldo Aranha.

Inicialmente, a ERS-244, como o Acesso Leopoldina é oficialmente chamado, era controlado pelo Daer, mas em 2017, após anos tentando a municipalização do logradouro, finalmente passou-se a titularidade desta via ao município de Venâncio Aires. Este processo era tão desejado, pois deste modo, garantia mais agilidade aos cuidados e serviços de manutenção com a rua. Assim, fica a cargo do Poder Executivo Municipal os cuidados com o Acesso Dona Leopoldina, incluindo limpezas, pinturas e sinalizações.

Uma curiosidade sobre esta rua, é que ela recebe 4 nomes diferentes por toda sua extensão:

  • Acesso Imperatriz Dona Leopoldina - da RSC-287 até a Rua Expedicionários;
  • Osvaldo Aranha – da Expedicionários até a Pedro Grünhauser;
  • Largo do Chimarrão – trecho entre a Jacob Becker e General Osório, o Calçadão;
  • Avenida Flávio Menna Barreto Mattos – da Pedro Grünhauser até a VRS-816;

Além de ser "abre-alas" da cidade, o Acesso Dona Leopoldina abriga pontos de destaques de Venâncio, como o pórtico e o Parque do Chimarrão, além do caminhódromo e da Magnólia, árvore tombada como patrimônio histórico do município.

Caminhódromo

Árvore de Magnólia

 

Parque Municipal do Chimarrão

Desde sua abertura em 1986 para receber a 1ª Fenachim, o Parque do Chimarrão é um dos espaços preferidos da população, onde encotram-se academia ao ar livre, áreas para esporte, pracinhas, sedes para diversas entidades, o Ginásio Poliesportivo (que recebe diversos eventos de esporte e lazer, principalmente os jogos da Assoeva), entre outras atrações.

 

Pórtico

Construído para a 2ª Fenachim em 1988, foi projetado pela arquiteta Marione Reckziegel, em projeto do Rotary Club em parceria com a Prefeitura Municipal. Possuíndo a escrita "Bem-vindo à Capital Nacional do Chimarrão", apresenta duas mãos "brotando" do chão, ambas segurando um chimarrão, símbolo da nossa cidade, denotando a hopsitalidade da população com quem está chegando.

Pórtico de Venâncio Aires

 

  

Glossário

Aristocracia: organização sociopolítica baseada em privilégios de uma classe social formada por nobres que detém, por herança, o poder. A palavra vem do grego e significa "governo dos melhores". 

Aia: dama de companhia, normalmente encarregada da educação doméstica das crianças de famílias nobres ou ricas.

Etiqueta: conjunto de normas e comportamentos sociais que orientam as interações entre as pessoas. Ela envolve regras de cortesia, respeito e bom senso. 

Botânica: área da biologia que estuda as plantas, as algas ealguns fungos.

Mineralogia: ciência que estuda os minerais, sua composição, propriedades, formação e ocorrências.

Dia do Fico: O Dia do Fico foi o dia 9 de janeiro de 1822, quando o príncipe Dom Pedro I decidiu ficar no Brasil, contrariando as ordens das Cortes Portuguesas. 

José Bonifácio: José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838) foi um naturalista, estadista e poeta brasileiro, conhecido pelo epíteto de Patriarca da Independência por seu papel decisivo na Independência do Brasil. Em 11 de janeiro de 2018, foi declarado oficialmente Patrono da Independência do Brasil.

Daer:  sigla para Departamento Autônomo de Estradas de Rodagens, é uma órgão administrativo do estado do Rio Grande do Sul, Brasil, responsável pela gestão do transporte rodoviário.

 

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