Biblioteca Pública Caá Yari

Já faz meio século que Venâncio Aires tem uma Biblioteca Pública. Um lugar com milhares de livros, de diferentes autores, assuntos e tamanhos. Para ser mais exato, o acervo tem cerca de 24 mil obras, que podem ser consultadas no local ou retiradas para leitura em casa. Além de livros, são revistas, gibis, audiolivros, livros em braile e filmes. Para ter acesso a esses materiais, basta ser sócio da Biblioteca Pública Municipal Caá Yari.

Desde 1992, o prédio da Biblioteca está localizado na rua Reynaldo Schmaedecke, na esquina com a rua Osvaldo Aranha, ao lado da Secretaria Municipal de Educação. Antes disso, funcionava junto ao prédio da Prefeitura. Mas, como será que essa história começou? 

O início da Biblioteca

A biblioteca pública municipal de Venâncio Aires iniciou as atividades no dia 12 de abril de 1972. O professor Antônio Pilz Neto liderou a mobilização para criar a biblioteca, junto de estudantes universitários da época. O objetivo era ter um local adequado onde os alunos pudessem realizar as pesquisas.

  

Como até não havia uma biblioteca pública, a casa do professor Antônio e a sua biblioteca particular viraram referência na cidade, pois ele sempre gostou de ler e comprava livros para a família. Com o tempo, muitas pessoas iam até a casa da família Pilz para buscar algum livro emprestado ou até mesmo pesquisar. Assim, o professor Antônio percebeu que havia a necessidade de ter uma biblioteca maior em Venâncio, para facilitar o acesso aos livros para toda a população.

Muitas pessoas se envolveram nessa mobilização, com doações para garantir a compra de livros. Inclusive, há Quadro de Honra na Biblioteca em homenagem a 60 pessoas e suas respectivas famílias que colaboraram com a criação do espaço.

Geiza, a primeira funcionária

A professora aposentada Geiza Borgmann Liebstein foi a primeira funcionária da Biblioteca. Ela começou a trabalhar no local no dia 1º de maio de 1973 e na época tinha 21 anos. No início, uma bibliotecária ia até a Biblioteca nos sábados pela manhã para ensinar Geiza a catalogar e organizar tudo.

Naquela época, bem antes de se utilizar computador e celular, o trabalho é todo manual. Entre as funções da funcionária da Biblioteca, estava atender o público, colocar os livros na estante, datilografar alguns materiais e registrar tudo a mão. “Não tinha muitos leitores na época, eu ficava praticamente sozinha, vinha um ou outro, porque todos trabalhavam durante o horário comercial. Com isso, aprendi bastante sobre livros, autores e como catalogar”, conta Geiza, que é professora aposentada.

Ela aproveitava todo o tempo livre na Biblioteca para se dedicar à leitura. “Eu lia muito, quando chegava uma remessa nova eu era a primeira a ler. Saía mais rica de conhecimentos. Aproveitava todo o tempo que podia.”

Naquela época, a Enciclopédia Barsa era muito utilizada para pesquisas – era uma coleção de livros onde era possível pesquisar sobre os mais diversos temas. “Podemos chamar de Google daquela época”, compara Geiza.

Sônia, a primeira sócia

No dia 5 de março de 1990, Sônia Müller fez seu registro de sócia da Biblioteca. Ela é a primeira leitora com a carteira de associada. Ela já retirava livros muito anos antes, frequentando de forma assídua o antigo espaço da biblioteca, junto à Prefeitura, mas sem o cadastro oficial. Até hoje, segue sendo uma leitora assídua da Biblioteca.

Rosária, a bibliotecária que chegou em 2004

Apesar de ter começado a funcionar em 1972, apenas em 2004 é que a Biblioteca de Venâncio Aires passou a contar com uma bibliotecária oficial. Naquele ano, Rosaria Garcia Costa assumiu a função, após ser aprovada no concurso público. Uma das iniciativas mais marcantes da profissional é a realização de saraus no local. O primeiro sarau cultural foi realizado em abril de 2005. Depois disso, foram várias programações especiais. 

  

Um espaço de cultura

Ao longo dos últimos anos, a Biblioteca se tornou um verdadeiro endereço da arte e da cultura, sendo um dos principais locais do município para a realização de saraus, contações de histórias e inclusive doação ou troca-troca de livros. 

E por falar nisso...a Biblioteca ganhou essa “cara” mais moderna e divertida em 2014, quando passou por uma revitalização. Após a inscrição no Projeto Biblioteca Viva do Rio Grande do Sul, a Biblioteca foi contemplada com R$ 55 mil, com recursos do Governo Federal, gerido pela Secretaria Estadual da Cultura. Desse valor, R$ 25 mil foram destinados à aquisição de livros. O restante do valor foi investindo em compras de mesas, telões, computadores, cadeira e câmera fotográfica. Na época, também foi realizada a reforma do piso, pela Prefeitura, e as paredes internas passaram a ser mais coloridas, com grafite do artista Fabio Silva.

Mas, e o nome Caá Yari?

Falamos de vários fatos marcantes da história da Biblioteca, mas ainda não explicamos o porquê do nome. Ele te lembra alguma coisa?

Caá Yari é o nome da índia da lenda da erva-mate. Tem tudo a ver com Venâncio Aires! Afinal, o município é conhecido como Capital Nacional do Chimarrão. A escolha desse nome para a Biblioteca foi feita pela comunidade, em uma votação popular em 2013. Os finalistas foram: Moacyr Scliar e Caá Yari. As votações ocorreram na biblioteca, no blog e no site do Jornal Folha do Mate. A partir de 2014, o nome passou a ser oficialmente Biblioteca Pública Municipal Caá Yari e uma identidade visual foi criada pelo desenhista Cassiano da Rosa.

Depois de tanta informação interessante sobre a Biblioteca de Venâncio Aires, você deve ter ficado com vontade de conhecer o local! Então aproveite para fazer uma visita. A Biblioteca Caá Yari está de portas abertas de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

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Glossário

Assídua: presença frequente em determinado lugar.

Datilografar: escrever na máquina de datilografia. Essa prática era comum na época em que não havia computadores.

quiz sobre Curiosidades

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